Loucura que me vem em
asas negras
Negras das alvas da lua
Qual foi a sorte tua?
Punhal de amargura que
sangra,
Sangras o calor, alivias
a dor.
A noite vem, sem pressa
passa
Lá no jardim da praça
A inocência da raça
Languidas formas de
menina
Pequena sorte indesejada.
Oh, tarde ensolarada,
porque fui te descobrir?!
Achei, achei, achei...
Não vi o que fazia!
Cariranha, jaburu,
cururu, urutu
Tudo com u, u de céu...
Foi assim que a louca
me disse.
Mas depois de tudo que
ela não disse,
continuou calada
continuou calada
Lá na esquina encostada
no poste,
No meio do matagal da
esquina.
Ninguém esperava que
ela fosse falar alguma coisa!
Mesmo assim eu sabia,
Tinha certeza, ela não falaria.
Tinha certeza, ela não falaria.
Fui embora assim que
terminou de não dizer, nada.
Não falar é não
existir.
(Aurismar Lopes Queiroz)
0 comentários:
Postar um comentário
O blogger não publicará postagens anônimas de cunho ofensivo a pessoas físicas. E também não adianta querer detonar o SINTEPP.