sexta-feira, 14 de junho de 2013

SE DEU MAL BRASIL!

Presenciei agora há pouco, na porta da minha casa, um fato comum, infelizmente, não só em nossa cidade, mas em todo o Brasil. Tão comum que parece banal, mas não o é pela gravidade que a situação esconde. Um jovem, aparentando ser menor de idade,  assaltou uma jovem furtando-lhe um aparelho de celular, para o azar dele, após terminada a ação, a moça gritou “pega ladrão!”.  
O fato aconteceu no Bairro Laranjeiras, às proximidades do Supermercado Guerra, por volta das 17h30min. O elemento foi perseguido e fugiu para o bairro Bom Planalto, ao chegar na Travessa Sol D’oeste, viu uma casa com a porta aberta e adentrou, na casa havia apenas duas jovens. Por sorte o vizinho que estava sentado a porta viu a ação do bandido e de imediato entrou atrás dele, segurou ele pela gola da camisa e o jogou para fora da residência. De imediato o infrator se viu cercado por homens fortes e bravos querendo fazer “justiça” a pancadas. 
A polícia demorou uns trinta minutos para chegar ao local, durante todo esse tempo, o infeliz recebeu porradas, chutes e xingamentos.  “Bate mais porque amanhã ele vai estar solto!”. Bradava uma de suas vítimas. “Esse moleque rouba todo dia, conheço ele”, disse alguém no meio da multidão. A polícia chegou, algemou o individuou,  interrogou de onde ele era e o jogou no camburão.
O que se percebe quando um fato desse tipo acontece é a atração que um ato violento exerce sobre as pessoas. O sentimento comum nessas horas é de liquidar o infrator, é como se formássemos um grande corpo e aquele fosse um vírus que precisa ser eliminado. “Bate mais não senhor, já está bom, devolvi o celular!”. Essas palavras, lidas agora, chegam até a emocionar, mas na hora só causa mais repulsa porque junto com ela vem a lembrança do mesmo rosto, em situação de vantagem dizendo “passa o celular vadia, passa o celular!”.
Esse menino bandido é “O homem que vive entre feras” que na poesia de Augusto dos Anjos “sente necessidade de também ser fera”. Cresceu vendo a corrupção generalizada no país. Sempre ouviu falar em milhões e milhões sendo roubados dos cofres públicos.  Presenciou, com certeza, representantes da polícia, aquela banda podre, recebendo propina de bandido. Enquanto um trabalhador cumpre uma jornada de oito horas para ganhar um salário mínimo, ele via o dono da “boca” faturar quatro, cinco vezes mais do que isso em apenas uma noite de venda de drogas. Ele sabe que o celular que ele roubar aqui, bem ali ele transforma em dinheiro, ou em drogas. Foi nessa vida que ele cresceu. Nós, os justos da sociedade, sempre viramos as costas para essa realidade. Claro. Estudamos, nos formamos, temos o nosso emprego, trabalhamos, nossos filhos estão protegidos dentro de nossas casas vendo o mundo pela SKY, pela Internet. Esses bandidos tem mais é que irem para a cadeia mesmo. Querem vida fácil, não querem nada com os estudos.

Não podemos esquecer, no entanto, que esses meninos bandidos fazem parte da mesma sociedade que nós fazemos. Somos sócios do mesmo Estado que ajudamos a construir. Talvez para esse ai não tenha mais jeito, talvez seja caso perdido, mas o que fazer então para que esse mal pare de se alastrar em nossa sociedade? Ou fazemos alguma coisa agora, e, esse é o momento, ou certo dia, quando nosso filho perguntar: "o que é isso papai ou mamãe? ". Vamos ter que dizer: "nada não, meu filho, é só um pila apanhando da população porque estava roubando celular, desliga o computador e vai fazer a tarefa”

2 comentários:

  1. Sou contra esse tipo de atitude. Como podemos dizer que somos cidadãos de bem quando nossas atitudes provam o contrário? Entendo que numa hora dessas a pessoa se revolta mas daí espancar e muitas vezes até a morte, mostra que somos tão animais quando o bandido...somos tão criminosos e frio quanto eles.

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  2. é verdade somos todos animais e somos tao frios quanto eles, porem quando uma filha nossa é estuprada ou violentada por alguem, quando tentam matar um filho. Ai as feras são soltas. Antes ja fui contra a pena de morte, hoje sou absolutamente a favor. Bandido bom é aquele morto. Tem bandido que quando você não tem dinheiro lhe joga alcool e lhe poe fogo. Tem muitos filhos que por mais que sejam pobres, em nossa cidade trabalham como escravos e sustentam sua familia ganhando 1 mini salario. No nordeste que nao tem muitas oportunidades, tem pessoas que vivem com menos de 1 real por dia. Cade os direitos humanos para eles? Estes mesmos vivendo de quase nada, não são bandidos. Eu mesmo nasci de uma familia super pobre, nao me tornei bandido nem politico, nem entrei em igreja para enganar os outros. Meu pai se matava de trabalhar na roça para termos feijao e arroz. Odeio bandido e as leis tem que radicalizar com eles, pois do contrario ou ficaremos sempre refens.

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