quarta-feira, 6 de junho de 2012

Testemunha que comprou casa de Perillo onde Cachoeira foi preso cai em contradição


5/6/2012 12:30,  Por Redação - de Brasília
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CPMI
Na CPMI do Cachoeira, Santiago cai em contradição
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as relações de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados, reunida para o depoimento de quatro pessoas ligadas ao governador de Goiás, Marconi Perillo, ouviu Walter Paulo de Oliveira Santiago, empresário e um dos proprietários da Faculdade Padrão, para quem o governador goiano teria vendido um imóvel no condomínio Alphaville Ipês, em área nobre da capital goiana. Nesta casa, Carlinhos Cachoeira foi preso durante a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, e há suspeitas de que ele seria o verdadeiro comprador, com Walter operando como intermediário para esconder a transação.
Após um longo discurso sobre seu passado, da roça, onde capinava, até a chegada à capital Goiânia, onde trabalhou como engraxate, à fundação de um colégio de alcance regional, Santiago se disse triste por ver seu nome denegrido “por boatos não explicados”. Visivelmente nervoso, com vários erros de leitura ao roteiro que preparou, ele relatou a compra do imóvel questionado pela CPMI e visou eximir do caso o governador Perillo e o bicheiro Cachoeira.
– Minha relação com o senhor governador nunca foi de intimidade – diz ele.
O relator, Odair Cunha (PT-MG), no entanto, em seu questionamento, cobra a entrega dos documentos, entre eles a escritura da casa comprada de Perillo. As contradições também foram exploradas pelo relator, que percebeu inconsistências na forma do pagamento pelo imóvel, se em cheque ou dinheiro. Santiago disse que pagou em dinheiro, “os pacotinhos”, e Perillo teria recebido em cheques. Wladimir Garcez, agente do governador Perillo, ofereceu a casa a Santiago e “em julho (de 2011) fechamos negócio”, disse Santiago.
O senador José Pimentel (PT-CE), perguntou de onde vieram “os pacotinhos” de dinheiro, que chegavam ao total de R$ 1,5 milhão, usados para pagar o imóvel. O depoente caiu em contradição e disse não se lembrar onde pegou o montante, quando foi lembrado que estava “sob juramento”.
– Não queria envolver mais ninguém – desculpou-se Santiago, que recebeu uma reprimenda de Pimentel: “O senhor está prestando um depoimento a uma comissão parlamentar de inquérito”.
Os parlamentares também convocaram Sejana Martins, uma das proprietárias da empresa Mestra Administração e Participações. É a essa empresa que a casa no condomínio Alphaville pertence de fato, no registro de imóveis. Além disso, a empresa nunca teve Walter Paulo Santiago em seu quadro societário. Parlamentares desconfiam que a empresa foi usada como “laranja” na negociação. Eles também estranharam o fato de, dois dias após a compra da casa, Sejana deixar a sociedade. Ela também é diretora da Faculdade Padrão.
Écio Antônio Ribeiro, o único sócio remanescente da Mestra Administração e Participações, também estava na lista dos convocados pela CPMI. O outro sócio, Fernando Gomes Cardoso (a ser ouvido futuramente, pois já há requerimento aprovado nesse sentido), deixou a sociedade alguns meses depois.
Eliane Gonçalves Pinheiro, a ex-chefe de gabinete do governador Perillo, também foi convocada. Eliane mantinha contato com Cachoeira, e chegou a receber informações sobre investigações da Polícia Federal que beneficiavam políticos ligados ao investigado. Gravações telefônicas da PF mostram, por exemplo, que a ex-chefe de gabinete avisou ao prefeito de Águas Lindas, Geraldo Messias, um aliado de Perillo, de que a polícia faria uma busca na residência dele. Graças ao alerta, o prefeito não pode ser encontrado.
Na última quarta-feira, os integrantes da CPI aprovaram requerimento para convocar o próprio governador Marconi Perillo, além do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz. Os depoimentos foram agendados pelo presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), para os dias 12 e 13, respectivamente.
Na última quinta-feira, os advogados do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, apresentaram requerimento à CPMI do Cachoeira para pedir acesso amplo, total e irrestrito a toda a documentação referente às Operações Vegas e Monte Carlo, que embasam o trabalho da comissão. O requerimento também pede permissão para que os advogados possam assistir a todas as sessões da CPMI, inclusive as secretas.
Em silêncio
Ainda na noite passada, o ministro Luiz Fux, do STF, concedeu liminar para que Sejana Martins ficasse em silêncio na CPMI do Cachoeira. Ela está entre as quatro testemunhas convocadas para depor nesta terça-feira. Sejana Martins era uma das sócias da Mestra Administração e Participações, que, no cartório, é proprietária da casa em um condomínio de Goiânia onde o contraventor Carlinhos Cachoeira foi preso em fevereiro durante a operação Monte Carlo, da Polícia Federal. O imóvel foi vendido pelo governador goiano Marconi Perillo.
Também Eliane Gonçalvez Pinheiro, ex-chefe de gabinete do governador de Goiás, Marconi Perillo, obteve liminar, concedida pelo ministro Celso de Mello, que lhe assegura o direito constitucional contra a autoincriminação, ou seja, de permanecer em silêncio. O depoimento dela também está marcado para esta terça-feira na CPI do Cachoeira.
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