terça-feira, 24 de julho de 2012

ARTICULISTA DA VEJA DIZ QUE INVESTIR NA EDUCAÇÃO É UM GRANDE EQUÍVOCO


Maílson da Nóbrega - Ex-ministro d Fazenda


Fiquei indignado quando li o artigo de opinião do senhor Maílson da Nóbrega (economista) publicado na edição da Veja ano 45, nº30 de 25 de julho de 2012, página30, que se intitula  “Sobre o aumento de gastos públicos na educação”. Segundo ele o aumento do percentual do PIB a ser gasto em educação pelo governo brasileiro , que prevê passar de 5,1 par 10% do PIB em uma década, aprovado pela comissão especial da câmara não passa de “um enorme equívoco”, pois “Não é o volume de gastos que melhora a educação”. Nesse ponto e somente nesse ponto ele tem meia razão.
Para justificar o seu ponto de vista, grande equívoco do economista, ele compara o percentual atualmente gasto pelo Brasil com o de outros países como a China, por exemplo. Diz o articulista “Quem faz fé no mérito desse aumento de gastos deveria examinar o caso da China. Lá se despendem menos de 4% do PIB,”. Intencionalmente, ele não mostra o valor desse percentual comparado ao do Brasil. Eu fiz as contas por ele, vejam só o PIB do Brasil em 2011, segundo dados do Bando Mundial, ficou em  2 087 889 553 822 (dois trilhões , oitenta e sete bilhões, oitocentos e oitenta e nove milhões, 553 mil, oitocentos e vente e dois dólares. 5,1% desse valor representa 106,4 bilhões. No mesmo período o PIB da China foi de 5 878 629 246 677 (cinco trilhões, oitocentos e setenta e oito bilhões, seiscentos e vinte e nove milhões, duzentos e quarenta e seis mil seiscentos e setenta e sete dólares. Agora vejam bem, os 4% desse segundo maior PIB do mundo, fica em 335,1 bilhões de dólares. Quem investe mais Brasil ou China? Outro país que o economista compara com o nosso país é o Japão, terceira maior economia do mundo, que investe apenas 3,3% do seu PIB (quantos Japões caberiam dentro do Brasil), esse percentual equivale a 181,4 bilhões de dólares.
Concordamos quando ele afirma que “não é o volume de gastos que melhora a educação.” De fato não é, mas aumentar o investimento e planejar os gastos, e, principalmente fiscalizar, é essencial para se ter uma educação de qualidade. No nosso país boa parte dos investimentos públicos são escoados pelos esquemas de corrupção, são os “valeriodutos”, os “mensalões”,os esquemas “cachoeiras” que corroem a dignidade desse país. Em vários municípios o dinheiro do Fundeb é gasto pela prefeitura sem nenhuma fiscalização. Quando o Conselho do Fundeb funciona, precariamente, concentra suas ações, basicamente, nos 60% destinados a pagamento de salários; sobre os outros 40%, destinados, ao pagamento do pessoal de apoio e investimentos em infraestrutura paira uma nebulosa de notas frias e preços superfaturados que fogem ao controle dos conselheiros. Os Tribunais de Contas e os MPs  parecem coniventes com tudo isso.
Como fica claro, mostrar somente o percentual sem comparar quanto isso equivale em dinheiro é querer adequar dados a um ponto de vista maldoso. Existe uma verdade quase lugar comum entre os corredores das escolas: nenhum país conseguiu se desenvolver sem fazer maciço investimento na educação.

2 comentários:

  1. seguindo o seu raciocinio certo o japao e pequeno e o brasil e grande ate ai ok
    mais se vc raciocinar a china tem so 1 bilhao e poucos milhoes de habitantes ja o brasil e grande ne tem quase 300 milhoes de habitantes.

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  2. Sim mas a Alemanha possui menos da metade da população do Brasil,81.726.000 habitantes, esse é outro exemplo que ele cita, e investe "SÓ" 4% do seu PIB que dá um valor de 132,3 bilhões de dólares, mais que o Brasil.

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