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Como diria Jorge Ben: Os alquimistas estão chegando... Tema da eleição de 2014: o novo Estado de Carajás Lúcio Flávio Pinto Jornalista paraense. Publica o Jornal Pessoal (JP) Adital Estado do Carajás, separado do Pará. Foto: Wikipedia
Carajás pode vir a ser o grande tema da eleição de 2014. Os grupos
políticos com aspiração ao poder já montam suas bases no sul do Estado
para uma disputa que promete ser intensa. Pode ser simplesmente para
definir ou consolidar uma forte base política local. Mas pode ser também
um passo alentado para a retomada do projeto da criação do Estado de
Carajás. Há movimentos visíveis e barulhentos, como os antagonismos
em torno da nova diretoria da Associação dos Municípios do
Tocantins-Araguaia. O governador Simão Jatene deslocou seus emissários
para pressionar pela eleição de Sancler Ferreira, de Tucuruí, que acabou
vencendo João Salame, de Marabá. A grande diferença de votos
indicaria a força de Jatene no sul do Pará. Mas pode não ser exatamente
assim. Salame era do esquema de apoio aos tucanos até se desentender com
o líder maior do PPS, o deputado federal Arnaldo Jordy, que aderiu por
inteiro ao esquema de poder do PSDB. A divergência, que podia ser
considerada apenas paroquial, foi ganhando substância à medida que
Salame foi se tornando porta-voz de uma nova investida pela redivisão
territorial do Pará. Como não está mais garantida pacificamente a
manutenção da liderança de Marabá sobre as demais regiões, Salame
precisa demonstrar sua disposição através de atos concretos. Ele
acusou o governador de ter recorrido a meios nada éticos para conquistar
adesões entre os prefeitos da Amat, a mais antiga das associações de
municípios, prometendo ou realizando obras de nítido objetivo
eleitoreiro. A reação corresponde a um autêntico rompimento. Como o
governo já mostrou que vai usar todas as suas armas para se impor
politicamente na região, o prefeito de Marabá não tem alternativa senão
procurar um aliado forte. Esse aliado parece ser Jader Barbalho, que
está concentrando sua atuação na região de Carajás. Além de visitas
constantes aos municípios que integram o território do pretendido novo
Estado, o líder do PMDB está criando uma estrutura de suporte para
aviventar sua presença numa área que o tem hostilizado, mas na qual está
longe de se ter incompatibilizado. Sua nora, casada com Jader
Filho, tem uma universidade baseada em Marabá que está se ampliando. É
uma boa fonte de prestígio e influência. Mais do que ela, é o jornal
Correio do Tocantins, o mais antigo e de maior penetração na região.
A propriedade do jornal saiu das mãos do seu fundador, Mascarenhas, e
da empresa que ele criou, a Marabá. Mascarenhas já só aparece no
expediente como fundador. A direção efetiva da empresa responsável
passou a ser a Carajás Rede de Comunicação, que tem como presidente João
Chamon Neto e como diretor de redação Patrick Roberto. Por
enquanto, o tema da redivisão está latente.Mas logo se apresentará e
terá nova força. Apostará na incapacidade de Belém continuar a ser a
capital de todo o vasto Pará.
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