quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

DENÚNCIAS DOS ALUNOS DO CURSO DE LETRAS-INGLÊS DA UFPA



Companheiro Aurismar,

Peço que repasse o texto em anexo, como forma de dar mais visibilidade pela "capa" instalada dentro da universidade pública federal e o descaso com o curso de letras- inglês, quanto a má administração dos recursos públicos e a aplicação na prática do que realmente representa o Reuni, que inclusive tiramos um linha de discutir este semestre esse problema com as escolas de ensino médio que começam a se preparar para entrar na universidade.

Abs,

Joyce
 
Ai está o texto na íntegra.
 
O (DES) CASO REUNI - LETRAS INGLÊS EM MARABÁ.

O curso de Letras Inglês no campus de Marabá iniciado através do programa do governo federal REUNI encontra-se hoje em situação muito precária e apesar de muitos esforços dos professores que nele atuam desde 2010, a falta de mais professores e infraestrutura tem se mantido como marca de sua realidade.
No campus de Marabá, pode se afirmar que dos cursos implementados desde 2009, o de LETRAS INGLES é o mais "sucateado". O curso está funcionando praticamente dentro da proporção de um (1) professor por turma de graduação. Temos hoje no campus 4 (turmas - 2009,2010,2011,2012) e com previsão pra mais uma turma em 2013.
Oficialmente, o governo federal através do REUNI disponibilizou 10 vagas para professores neste curso em Marabá, o que nunca se consolidou e nem muito menos foi esclarecido por nenhuma das instâncias institucionais (UFPA/MARABÁ/BELÉM) até hoje. Faço um apelo a todos da comunidade acadêmica incluindo aqui mais diretamente, seus professores e alunos para juntarmos forças e exigir da UFPA melhores condições de trabalho e estudo para a continuidade desta graduação no município de Marabá.
Na infraestrutura, o curso simplesmente não possui espaço físico dentro do campus para o seu funcionamento, todas as salas alocadas para que suas atividades aconteçam pertencem a outros cursos em funcionamento dentro do mesmo campus, ou seja, o curso de LETRAS INGLÊS NÃO TEM ENDEREÇO dentro do campus, o curso não existe, salvo o momento em que as turmas estão em aula. Isso tudo acabou custando ao curso, uma nota 3 (três) em sua avaliação pelo MEC ainda em 2012, cujos avaliadores foram bem "generosos" dada a realidade encontrada.
Apesar de o curso de LETRAS INGLÊS estar vinculado a Faculdade de Estudos da Linguagem (FAEL), sala da direção como um espaço administrativo da faculdade foi planejado originalmente para o curso de LETRAS PORTUGUÊS não atende a necessidade de espaço que requer uma graduação de nível superior.
Lamentável também foi o que ocorreu mais recentemente no curso; um professor efetivo que havia assumido suas funções em sala de aula há pouco mais de 2 meses, simplesmente pediu exoneração deixando todas as suas turmas no meio do semestre sem grandes explicações precarizando ainda mais o curso. O mais espantoso nesse caso foi que o professor só comunicou formalmente a comunidade acadêmica há uma semana de sua saída - inviabilizando todo o planejamento de dois semestres (atual e próximo) forçando todo o corpo docente remanescente a se reprogramar, montar novo calendário e "correr" atrás de outros professores de uma hora pra outra, complicando a vida acadêmica de dezenas de estudantes que tem seus nomes matriculados/registrados no sistema com expectativas de vencer mais uma etapa de seu curso.
A cada concurso para novos professores de inglês, estabelece-se o trâmite burocrático de sempre que leva até meses para se consolidar, gerando cobranças dos discentes que muitas vezes não entendem os processos por não terem interesse ou não se apropriam do conhecimento de funcionamento do espaço público e/ou da universidade, bem como de seus direitos como estudantes de uma instituição pública federal. Falta uma cultura política e estudantil mais esclarecedora do contexto
universitário que possa inclusive auxiliar os estudantes a lutarem por seus direitos de forma crítica e consciente.
Hoje, o curso tem expectativas de concurso para mais dois professores efetivos. Uma dificuldade que se apresenta também é que os concursos sempre tem que ser abertos para PROFESSOR ADJUNTO, ou seja, para a titulação de doutorado, o que diminui o número de candidatos na região, impossibilitando assim, candidatos com mestrado, de se inscreverem. Consequentemente, além dos candidatos serem poucos, eles acabam vindo de outras regiões do país e com muita frequência, têm sérias dificuldades de adaptação a realidade amazonida, o que independentemente de titulação, pode comprometer a qualidade do trabalho e da realização das premissas basilares de uma universidade: ensino-pesquisa-extensão. Num momento histórico em que se buscam novos paradigmas, uma ressignificação do global e do local, é imperativo que o professor universitário possua, como profissional e como ser humano, um olhar livre de concepções neocolonialistas e/ou eurocêntricas. Precisamos lutar por um protagonismo amazonida e sem importação de fórmulas "dadas"ou preconcebidas nos chamados "grandes centros" científicos.
Tenho clareza que na área de LETRAS INGLÊS se trata ainda de um grande desafio se livrar de certas amarras preconcebidas e assimiladas historicamente por políticas neoliberais que se apresentam mais descaradamente, por exemplo, na LINGUÍSTICA APLICADA e em todo o seu aparato teórico-ideológico via USA. Nada disso deve nos desanimar e devemos lutar pela politização dos discursos, questionar ideias globalizantes que surgem para sufocar e apagar diferenças étnico-culturais e assim nos recolonizar. Devemos lutar pelo nosso protagonismo como brasileiro e como amazonida.
Finalmente, reitero minhas palavras e faço um apelo a todos que participam desse curso a juntos lutarmos pela consolidação dessa graduação e que assim possamos gerar resultados científicos e políticos-culturais não só para a comunidade acadêmica, mas também para toda a região em que se encontra a UFPA/Marabá.

Disponível em: http://englishufpamaraba.blogspot.com.br/2013/01/o-des-caso-reuni-letras-ingles-em-maraba.html
Jairo Souza
Coordenador do Curso de Letras Inglês.
UFPA Marabá

Um comentário:

  1. Então, estou lascado e mais desmotivado ainda! Passei em 2013 e não pude cursar. Fui fazer a matrícula e não há previsão de matérias para mim em 2014. Acho que vou mudar de curso...

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